Autor: mrpitamarfranco

  • Memorial da República abre inscrições para “De Férias no Memorial” | Programação

    A Programação de Férias do Memorial da República Presidente Itamar Franco está de volta! Com atividades durante toda a semana, o Setor de Educação e Difusão Cultural convida para uma experiência que reunirá práticas artísticas, mediações na exposição do museu e muito mais! As inscrições vão até o momento das atividades ou até acabarem as vagas.

    • 23.07 – Terça-feira – Oficina de Colagem: Memórias no Papel – 1ª Edição

    Faixa etária: 07 a 09 anos
    Dia: 23 de Julho
    Horário: 10 horas às 12 horas
    12 vagas disponíveis

    Inscrições: https://docs.google.com/forms/d/19Ad4L88D8x9FtkwO37dqCVI6IKJMXPwfCgYqJF42QI8/edit 

     

    • 23.07 – Terça-feira – Visita Mediada para crianças: Histórias do Memorial

    Faixa etária: 10 a 12 anos
    Dia: 23 de Julho
    Horário: 14 horas às 16 horas
    20 vagas disponíveis

    Inscrições: https://forms.gle/StKXCKvZpdasHo7W9 

     

    • 24.07 – Quarta-feira – Oficina de Colagem: Memórias no Papel – 2ª Edição

    Faixa etária: 10 a 12 anos
    Dia: 24 de Julho
    Horário: 10 horas às 12 horas
    12 vagas disponíveis

    Inscrições: https://forms.gle/ZZQLoMBKTfUPxfN99 

     

    • 24.07 – Quarta-feira – Oficina de Pintura: Como eu vejo? 

    Faixa etária: 07 a 09 anos
    Dia: 24 de Julho
    Horário: 14 horas às 16 horas
    12 vagas disponíveis

    Inscrições: https://forms.gle/nSdBDZjA9rx2TkEJ6

     

    • 25.07 – Quinta-feira – CineDesenho: Exibição de curtas animados com oficina de desenho 

    Faixa etária: 10 a 12 anos
    Dia: 25 de Julho
    Horário: 14 horas às 16 horas
    15 vagas disponíveis

    Inscrições: https://forms.gle/GkZ7cfvEcyuGQahNA

     

    • 26.07 – Sexta-feira- Caça ao Real!: Ação Educativa

    Faixa etária: 07 a 09 anos
    Dia: 26 de Julho
    Horário: 14 horas às 17 horas
    12 vagas disponíveis

    Inscrições:  https://forms.gle/CAkxxoHUwQ7RDAFE8 

     

    Informações importantes: 

    – Iremos realizar a confirmação da inscrição por e-mail, enviando informações importantes e orientações.

    – Vamos realizar atividades com materiais artísticos, por isso pedimos que a criança venha com roupas confortáveis, e que não tenha problema em sujar.

    – Ao realizar a inscrição, fique atento a faixa etária da atividade, dia e horário que deseja inscrever a criança.

    – Qualquer dúvida ou informação entrar em contato pelo email: cultura.memorial@ufjf.br

     

     

  • Memorial da República lança exposição “Que democracia sem educação? Uma homenagem ao professor Murílio Hingel”

    “… Uma vida consagrada inteiramente à educação; uma devoção permanente ao seu credo educacional de construir escola para todos.”
    Augusto Ferreira Neto para “O professor que fez Escola”, 1ª Ed, p. 46. Juiz de Fora, 2004.

    Na próxima sexta-feira, 24 de maio, às 19h, o Memorial da República Presidente Itamar Franco inaugura uma nova exposição temporária na galeria do segundo andar: “Que democracia sem educação? Uma homenagem ao professor Murílio Hingel”. A curadoria tem como objetivo retratar momentos distintos da trajetória do professor que se tornou Ministro da Educação, entrelaçando-os com reflexões sobre a indissociabilidade dos conceitos de educação e democracia. A abertura da exposição contará com uma roda de conversa, com as participações de Alexandre Cadilhe, professor da Faculdade de Educação e Diretor de Relações Internacionais da UFJF, dos psicanalistas Vinícius Lara e Cícero Vilela, e de Tarcísio Greggio, Superintendente do Memorial.

    Com texto de abertura de Margarida Salomão, prefeita de Juiz de Fora e ex-reitora da UFJF, a exposição se divide em quatro núcleos narrativos que abordam diferentes momentos históricos: a Secretaria de Educação de Juiz de Fora (1967-1972), o movimento estudantil durante a Ditadura Militar (1964-1985), o Ministério da Educação sob Hingel (1992-1994) e o Diploma de Reconhecimento da UNESCO concedido a ele (2006). Cada segmento do circuito expositivo provoca o público a refletir sobre uma necessidade imperativa: garantir que todos tenham acesso a uma educação que os prepare para o exercício consciente e crítico da cidadania.

    Para ampliar as possíveis leituras e interpretações, a mostra conta com colaborações especiais. Além das reproduções fotográficas do Arquivo do Memorial, foram concedidas imagens do Arquivo Público do Estado de São Paulo e do Arquivo da Secretaria de Educação da Prefeitura Municipal de Juiz de Fora. A professora Lucy Brandão, viúva do professor Murílio Hingel, também contribuiu cedendo fotografias e objetos para a exposição, assim como o Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Juiz de Fora.

    Além das fotografias, documentos, vídeos e objetos, a exposição apresentará o trabalho de duas artistas ligadas ao Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Artística (PIBIART) da Pró-Reitoria de Cultura/UFJF. Luana Dias e Maria Julia Ourique, estudantes do Instituto de Artes e Design da UFJF, trazem suas próprias perspectivas e interpretações sobre o tema para a galeria. Maria Julia, autora de uma obra-instalação na exposição, concentra suas pesquisas nas artes visuais e no design gráfico, explorando poesia, literatura e a materialidade do livro. Segundo ela: “O livro sempre foi meu companheiro. É triste ver como o acesso aos livros está se tornando cada vez mais difícil. Aqueles que controlam esse sistema entendem o poder das palavras. Eles temem as transformações que os verbos podem causar nos indivíduos. Pensar é perigoso.”

    Para Tarcísio Greggio, Diretor do Memorial, “o objetivo da exposição é provocar o visitante a refletir sobre a relação entre educação e democracia, através de um recorte da trajetória de Murílio Hingel, uma das figuras mais importantes na história da educação no Brasil. Nesse sentido, é também uma justa homenagem ao saudoso ex-ministro, sempre gentil e genuinamente interessado nos problemas nacionais, um professor que chegou ao maior cargo da educação nacional, e que nos deixou em outubro de 2023.”.

    A abertura da exposição e a roda de conversa são eventos gratuitos e abertos a todos os públicos, sem necessidade de inscrição prévia. O Memorial está aberto para visitação das 10h às 18h durante a semana e das 13h às 18h, aos sábados. A entrada é gratuita, e o estacionamento está disponível para pessoas com mobilidade reduzida. Para mais informações ou necessidades especiais, entre em contato previamente pelo e-mail secretaria.memorial@ufjf.br. Para agendar visitas mediadas à exposição, entre em contato pelo e-mail cultura.memorial@ufjf.br.

    24/05 – “Que democracia sem educação? Uma homenagem ao professor Murílio Hingel”
    Abertura de Exposição e Roda de Conversa
    Sexta-feira, 24 de maio |às 19h
    No Memorial da República, Rua Benjamin Constant, 760. Centro. Juiz de Fora
    Convidados:
    Alexandre Cadilhe é professor adjunto da Faculdade de Educação da UFJF. Doutor em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal Fluminense. Diretor de Relações Internacionais da UFJF. Pesquisador associado ao Grupo Sociedades, Educação e Psicanálise (SEP/UFJF) e coordenador do Grupo Linguística Aplicada, Educação e Direitos Humanos (LAEDH/UFJF).
    Cícero Villela é Psicanalista, membro do Espaço Brasileiro de Estudos Psicanalíticos de Juiz de Fora. Mestre e graduado em Comunicação pela UFJF e doutorando em Linguística pela UNICAMP. Pesquisador associado ao Grupo de Pesquisa em Sociedades, Educação e Psicanálise (UFJF)
    Vinícius Lara é psicanalista e historiador. Mestre e Doutor pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Membro do Espaço Brasileiro de Estudos Psicanalíticos de Juiz de Fora. Pesquisador associado ao Grupo de pesquisa em Sociedades, Educação e Psicanálise (UFJF).

    Serviço
    Exposição “Que democracia sem educação? Uma homenagem ao professor Murílio Hingel”
    Data: 24/05/2024, 19h
    Local: Memorial da República Presidente Itamar Franco
    Endereço: Rua Benjamin Constant, 760. Centro. Juiz de Fora
    Entrada gratuita
    Contato: cultura.memorial@ufjf.br / secretaria.memorial@ufjf.br
    Telefone: (32) 2102-3594
    Site: www.mrpitamarfranco.com.br
    Instagram: www.instagram.com/memorialitamarfranco
    YouTube: www.youtube.com/MemorialItamarFranco
    UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

  • O reencontro do Brasil com a sua juventude: 30 anos da Entrega do Terreno da UNE

    “Em nome de todos os brasileiros devolvo à União Nacional dos Estudantes o chão de sua casa” 
    -Itamar Franco 

    Há 30 anos, em 1994, o Brasil testemunhou um momento crucial em sua jornada rumo à plena democracia: a devolução do terreno da União Nacional dos Estudantes (UNE), na Praia do Flamengo, pelo presidente Itamar Franco. Esse ato não apenas simbolizou a recuperação de um espaço físico, mas também representou um marco na resistência estudantil contra a ditadura militar e na luta pela redemocratização do país. Durante a cerimônia de entrega do terreno, o Ministro da Educação e Desporto, Murílio Hingel, ressaltou: “No tempo em que as consciências não calaram ante as iniquidades da intolerância, no país onde a força do argumento cedeu lugar ao argumento da força, o número 132 da Praia do Flamengo foi o arauto da resistência”. 

    Clipping da Biblioteca do Memorial da República  – Jornal do Brasil, 17-05-1994.

    Para contar essa história, é preciso recordar os tempos sombrios da ditadura militar que se instaurou em 1964, reprimindo severamente todas as vozes em oposição. Um dos episódios mais marcantes desse período foi o incêndio da sede da União Nacional dos Estudantes (UNE), situada na Praia do Flamengo, na fatídica noite de 30 de março para 1º de abril de 1964. Esse ato evidenciou o quão ameaçadora a UNE era para os militares e conservadores, que viam na entidade um símbolo de resistência e luta pela democracia. A perseguição, prisão e tortura de estudantes e ativistas políticos tornaram-se uma das mais lamentáveis marcas desse período.  

    Apesar das adversidades enfrentadas sob um regime violento e ditatorial, a UNE, como porta-voz dos estudantes, perseverou na luta pela redemocratização do Brasil. Suas manifestações, congressos clandestinos e atos corajosos foram essenciais para manter viva a esperança em tempos tão difíceis. Destacam-se em movimentos como as Diretas Já, em 1984, que mobilizaram milhões de brasileiros em defesa do voto direto para presidente. Essa mobilização culminou na convocação da Assembleia Nacional Constituinte, em 1987, um marco histórico que possibilitou aos representantes eleitos democraticamente redigir a Constituição Federal de 1988, promulgada como a Carta Magna do país. 

    Durante esse período, os estudantes desempenharam um papel crucial na construção e defesa da democracia brasileira, levantando questões sociais, políticas e econômicas fundamentais para uma sociedade mais justa. Eles foram incansáveis defensores dos direitos humanos, da liberdade de expressão e de uma educação pública e de qualidade para todos. 

    No contexto da devolução do terreno da UNE, a relação de Itamar Franco com os estudantes foi fundamental. Como ex-líder estudantil e alguém que mantinha laços próximos com as lideranças da época, Itamar compreendia profundamente as demandas e aspirações da juventude brasileira. Ao assumir a Presidência, ele não apenas reconheceu a importância desses estudantes como agentes de transformação social e política, mas também cultivou uma relação de diálogo com o movimento. 

    A proximidade entre Itamar e os estudantes ficou evidente em sua decisão de implementar a Medida Provisória 524. Por meio dela, Itamar anulou aumentos e determinou a restituição de valores cobrados a mais nas mensalidades escolares, em resposta direta às demandas dos estudantes e suas famílias. Enfrentando aumentos exorbitantes devido à conversão das moedas de cruzeiros reais para URV, essa ação do governo demonstrou sua constante disposição em garantir uma educação acessível e de qualidade para todos, reforçando seu compromisso com a justiça social e a igualdade de oportunidades. 

    Em 1994, ocorreu o gesto significativo da devolução do terreno da UNE. Reunindo o Ministro da Educação, Murílio Hingel, o presidente da UNE, Fernando Gusmão, membros do governo, ex-lideranças da UNE, estudantes e convidados, uma cerimônia marcante foi realizada em 17 de maio daquele ano. A assinatura do protocolo para a devolução definitiva do terreno não foi apenas simbólica, mas também demonstrou o compromisso em reparar injustiças passadas e promover um ambiente propício para o engajamento dos estudantes na esfera política e social. Além disso, a intervenção do Presidente da República em questões como a regulamentação das mensalidades escolares evidenciou sua constante disposição em defender os interesses dos estudantes e suas famílias, reforçando o compromisso com a educação brasileira.

    Após a solenidade, o presidente Itamar Franco foi convidado por Fernando Gusmão a celebrar com os estudantes no Restaurante Lamas no Rio de Janeiro, o que ele fez de bom grado. Levando sua equipe e as lideranças estudantis, eles se sentaram a mesa para um momento amistoso.

    Arquivo do Memorial da República: Viagem ao Rio de Janeiro, Solenidade de Entrega do Terreno da Une, 16 a 19/05/94

    Hoje, ao completarem os 30 anos deste importante marco, é fundamental lembrarmos da coragem e determinação dos estudantes que lutaram incansavelmente pela democracia. O terreno da UNE na Praia do Flamengo não é apenas um espaço físico, mas sim um símbolo da resistência e da luta em defesa da educação e da democracia. Por esse motivo, esta é uma das narrativas que estará presente na exposição “Que democracia sem educação? Uma homenagem ao professor Murílio Hingel”, que será inaugurada em maio de 2024, no Memorial da República Presidente Itamar Franco. 

    Texto editado pela bolsista Pibiart Elisa Bretas, sob supervisão.