A partir de uma pesquisa em dados oficiais de organizações como FAO, ONU, OMS, IBGE e IPEA, o objetivo da exposição é abordar, por meio de fotografias, textos e conteúdo audiovisual, aspectos pertinentes aos desdobramentos sociais, políticos e econômicos da fome, bem como lançar luz sobre o papel do Estado brasileiro na criação de políticas públicas capazes de erradicar o problema de seu território.
Artistas: Caroline Stabenow, Silvia Izquierdo, Marcello Casal Jr., Felipe Dana
Duração: 2020
A fome se constitui como uma patologia social que apresenta risco iminente à vida. De acordo com o relatório da FAO (Food and Agriculture Organization), cerca de 820 milhões de pessoas em todo o mundo não tiveram acesso suficiente a alimentos em 2018. Dados como esses levantam a discussão acerca do papel do Estado na erradicação da fome e dos problemas que derivam dessa condição.
Considerando o alimento um item essencial à subsistência, podemos entender que o tratamento da questão da fome, ao longo da história do Brasil, na maior parte do tempo foi tratado de forma negligente, ou seja, como uma fenômeno associado a condições climáticas extremas e disputas relacionados à propriedade de terras. No entanto, as verdadeiras causas da fome revelam a complexidade e dificuldade de solucionar o problema, envolvendo fatores políticos, econômicos e sociais. Sendo assim, eventos climáticos extremos como secas, desastres naturais, são representam apenas uma pequena parcela das causas da fome, sendo que grandes deslocamentos populacionais, acesso limitado a serviços básicos de saúde, água e saneamento, o aumento da desigualdade social, conflitos armados, políticas públicas insuficientes, além da extrema pobreza, são de fato fatores que afetam de maneira determinante os meios de subsistência.
Em 1992, ainda como Presidente Interino, Itamar manifestou publicamente sua indignação com o problema da fome no país dando declarações públicas como: “Que modernidade é essa que produz tanta fome e tanta miséria? Assim, amparado por uma visão que destacava o estatuto político e científico da fome, Itamar, com a ajuda do sociólogo Herbert de Souza reúne membros da sociedade civil, líderes religiosos, empresários e artistas para discutir a questão da Fome no Brasil e fundar, em 1993, o CONSEA (Conselho de Segurança Alimentar).
Diante desta discussão, o Memorial da República Presidente Itamar Franco pretende abordar nessa exposição aspectos concernentes aos desdobramentos sociais, políticos e econômicos relacionados à fome, bem como lançar luz sobre o papel do Estado brasileiro na criação de políticas públicas capazes de erradicar a fome em seu território.
