Dedeísmo, de Maria Andréa Loyola prentende, através de cerca de 30 obras da artista, entre esculturas e colagens com objetos e materiais tridimensionais (assemblages) fazer um jogo de palavras, através de interpretações, em muitas de suas obras, de ditados populares. “Vi uma exposição na França, sobre o Dadaísmo, que me tocou profundamente. Daí, resolvi criar o meu movimento, heterogêneo, que se compromete apenas com a diversão. Inspirada no apelido de família – Dedeia -, criei o Dedeísmo”, afirma a artista.
Artista: Maria Andréa Loyola
Duração: de outubro de 2019 a fevereiro de 2020
A exposição de Maria Andréa Loyola no Memorial da República Presidente Itamar Franco, é (ou pode ser considerada) uma (espécie de) “volta à casa”. De fato, em dois momentos importantes, a vida de Maria Andréa se liga àquela de Itamar Franco: em 1966, ela participou da construção da estratégia de campanha de Itamar à Prefeitura Municipal de Juiz de Fora, realizando, sob a liderança de Alexis Stepanenko, uma pesquisa de opinião eleitoral, considerada uma das primeiras produzidas no Brasil. Itamar eleito, ela assume, a convite deste, a chefia de gabinete da prefeitura da cidade, cargo que deixa, ao final de 1977, para realizar seu mestrado em Antropologia Social no Museu Nacional da UFRJ.
Um segundo encontro político entre os dois ocorreu em 1992, quando, tendo assumido a Presidência da República após o impeachment de Fernando Collor de Mello, Maria Andréa assume a Presidência da Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior (CAPES). Finalmente, um terceiro encontro de Maria Andréa ocorre quando, no ano passado, ela recebeu das mãos do professor Murilio Hingel, ex-Ministro da Educação de Itamar, a medalha Presidente Itamar Franco.
Ao longo de sua vida e de sua carreira acadêmica, iniciada em Juiz de Fora (como professora de Sociologia e de Antropologia da Universidade Federal de Juiz de Fora) e interrompida por uma aposentadoria compulsória e por um período de exílio imposto pela Junta Militar que governou o país durante o Golpe Militar de 1964, Maria Andréa nunca se afastou da cidade e dos inúmeros amigos que construiu aqui.
Sua tese de doutorado, realizada em Paris, baseou-se nos dados de pesquisa que ela realizou, como socióloga, em uma indústria têxtil de Juiz de Fora. O primeiro livro que ela publicou, entre os muitos que escreveu, foi sobre a Industrialização e o movimento operário de Juiz de Fora – Os sindicatos e o PTB.
Hoje, Maria Andréa retorna à cidade para apresentar seu trabalho artístico, marcado, como salienta a historiadora da arte Vera Beatriz Siqueira, pela ligação entre as palavras e a política.
Maria Andréa Loyola
Rio de Janeiro, setembro de 2019